Andei pensando, ainda, sobre sentimentos...
Olhei pra meus pais, que já fazem 22 anos que estão casados, e de vez em quando brigam, e de vez em quando é o amor do mundo todo e tento ver um futuro não muito próximo meu.
E se eu me casar?
Vou continuar sendo sonhadora como ainda sou?
Vou ser como eles?
Até quando darei beijos apaixonados com quem eu casar?
Até quando viverei noites de amor e aventura?
Será que eu amarei a pessoa com quem me casar até o fim da vida?
Quantos amores eu terei daqui pra lá?
E tudo gira devagar na minha cabeça. Não consigo me por no lugar deles, saber que um dia terei 50 anos, estarei deitada no meu sofá vendo um certo programa de TV, e a pessoa com quem eu quis dividir minha vida estará alí, perto de mim, vendo o programa, ainda me amando, ainda o amando, mas não mantendo o contato que quando namoramos ou ficamos com alguem temos. De pensar que um dia, os beijos mais apaixonados, as noites de amor mais gostosas, as frases mais bonitas, o desejo que nos faz arrepiar a cada olhar; um dia tudo esfria, morre, ou chega bem perto disso.
Não me vejo sendo uma pessoa fria. Não me vejo não querer abraçar ou beijar a pessoa que eu quero, estando perto dela.
Não consigo prever isso, por mais que eu queira um dia dividir o mesmo teto e os mesmo sonhos com alguem, por mais que um dia eu queira ter um filho, batizá-lo e poder colocar o meu nome e o de mais alguem... Não consigo prever um relacionamento meu esfriar assim. As vezes tenho a impressão que viverei pouco, e serei tão impulsiva, emotiva, emocional e quente até o meu ultimo dia de vida.
Tambem não me imagino uma velhinha com libido. Isso seria, no minimo, hilário ou estranho, e no maximo, ate nojento. Não é preconceito, porque falo de mim, do meu corpo mais velho.
Por isso acho que morrerei cedo. E amarei até o meu ultimo dia de vida.
Porque eu sou assim e como posso mudar? Como posso querer ser fria, dura, gelada, racional por total, se eu não sou?
Mesmo que eu amadureça, isso vem de mim. Essa necessidade de afeto, essa necessidade de ser oito ou oitenta, de ser demais ou nada; preferindo o demais, quase sempre.
Não que eu esteja dizendo que todo mundo é assim, isso é só uma parte racional que analisa o meu emocional...
Gostei, é bem verdade o que você relata, é inaceitável a idéia de que a pessoa que amamos um dia se torna algo comum, e que as vezes esse amor chega a seu fim, e aquela felicidade que tinhamos, aqueles sonhos, não foram realizados, mas esquecidos, é ruim ter que aceitar que a convivência nos trás algo assim. Mas talvez a verdade seja que não escolhemos a pessoa certa, esta que não parece ser o que relamente sonhamos em ter ao nosso lado, dando brechas para a imaginação, para o coração que já não é mais preenchido, e no vazio procura abrigo, e quando encontra a pessoa certa, talvez já seja muito tarde para amar.
ResponderExcluirHeloísa Saraiva